São Miguel de Vila Boa

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História

A Freguesia de São Miguel de Vila Boa está abrigada das correntes frias do norte pela serra florestal do Seixo, cheia de sol, tem um clima suave e as terras são agricolamente ricas. Fazem parte desta freguesia os lugares de Igreja, Abrunhosa, Travaço, Travassinho, Serraquim, Portela, Vila Boa, Vila Boinha, Vila Nova dos Ciprestes, Travancela, Sequeiros, Ladário e Quinta de Torneiros.
S. Miguel de Vila Boa é uma freguesia do extremo sudoeste do concelho de Sátão, a sul da freguesia-sede e no limite com os concelhos vizinhos de Viseu e Penalva do Castelo. Apesar de não estar registado pelo IGESPAR qualquer vestígio arqueológico na área de S. Miguel de Vila Boa, a verdade é que toda esta área que atualmente constitui a freguesia foi povoada em tempos muito anteriores à fundação da Nacionalidade. Basta ver que nesta zona abundam restos de antas, dólmens e povoados fortificados.
Em 1126, D. Teresa concedeu carta de couto ao território que hoje se constitui na freguesia de S. Miguel de Vila Boa. D. Afonso Henriques foi o beneficiário dessa concessão. O couto acabaria por ser concedido à Ordem do Santo Sepulcro. Aí se mantinha em 1258, segundo as Inquirições de D. Afonso III realizadas nesse ano. Em 5 de maio de 1514, reinava então D. Manuel I, S. Miguel de Vila Boa recebeu carta de foral e foi elevada à categoria de vila e cabeça de concelho. Tinha juiz ordinário, que servia de almotacé e vereador e que assumia as tarefas de procurador e escrivão da câmara. O Pelourinho do Ladário terá sido construído na sequência da atribuição do foral manuelino. Trata-se de um Pelourinho de pinha piramidal, com soco quadrangular de três degraus, onde assenta uma coluna de fuste quadrangular, rematada por um pináculo piramidal. Localizado nas traseiras da Igreja Paroquial, está classificado desde 11 de outubro de 1933 como Imóvel de Interesse Público.
A mesma classificação ostenta o Santuário de Nossa Senhora da Esperança, situado numa zona de grande interesse paisagístico. Foi construído no século XVIII por ordem do cónego Luís Bandeira Galvão, no lugar onde existia uma primitiva capela, cumprindo o voto do seu tio, seu homónimo, irmão da confraria de Nossa Senhora da Esperança. É um templo maneirista e barroco, onde sobressai uma grande harmonia estilística e arquitetónica. No interior, merecem destaque os tecos pintados em trompe l’oeil; a decoração de talha do estilo nacional; as molduras; florões e pinturas marmoreadas; e ainda o órgão rococó no coro-alto, composto por castelo central e nichos laterais. Diz a tradição, imortalizada por Albano Martins de Sousa em «Terras do Concelho de Sátão», que «os sinos de Nossa Senhora da Esperança têm uma sonoridade muito bela porque no ato da fundição lhes deitaram muito ouro. Os sinos, dizem, foram fundidos no adro da capela, em frente da porta principal. E enquanto os operários iam preparando o bronze, o fundador da capela, Cónego Luís Bandeira Galvão, passeava de um lado para o outro, e, de quando em quando, metia a mão nos bolsos e deitava para a caldeira peças de ouro, o mais fino ouro, que, reluzente aos olhos, ia tornar maravilhoso o som daquele campanário, acabado de construir. Tocam tão bem... É que não é só o bronze. É também o ouro que eles encerram.» Recentemente, todo o templo foi alvo de obras de beneficiação e restauro que contaram com o apoio gratuito e genuíno de grande parte da população de S. Miguel de Vila Boa. A limpeza geral de todo o espaço, o restauro da talha e a reincorporação de elementos perdidos, como os marmoreados, foi um trabalho que demorou vários anos e que foi celebrado oficialmente com uma visita do Presidente da República.
O Solar dos Bandeiras, ou Paló das Fráguas, está incluído na Zona de Proteção do Pelourinho de Ladário. O núcleo inicial da Casa-Torre data do século XIV e deu lugar a um Paço que pertenceu a Fernão Nunes Barreto, combatente na Batalha de Toro. O Paço viria a ser ampliado no século XVI e completamente destruído em 1587 pelas tropas de Filipe II pelo facto de ali ter sido dada guarida a D. António, Prior do Crato. Foi reconstruído entre 1640 e 1644. Passou a ser conhecida por Quinta do Lagar em finais do século XIX, provavelmente porque produzia uma elevada quantidade de vinho e azeite. Dadas as alterações de que foi sendo alvo ao longo dos séculos, estamos em presença de um imóvel com características góticas e barrocas. Insere-se na tipologia casa-torre e corpos residenciais, formando um U incompleto que envolve um pátio. Possui jardim integrado na casa e fonte de chafurdo destacada da residência.
A Igreja Paroquial de S. Miguel foi construída no século XVII, embora tenha sofrido remodelações nos finais do século XX. Destaca-se na porta principal um Sacrário com Cristo Ressuscitado. No interior, salienta-se um frontal de altar decorado com dois pelicanos.

Mapa

  • Área: 1600 ha 
  • População: 1850 habitantes 


Património cultural e edificado

  • Edifício sede da Junta 
  • Capela de Nossa Sra. da Esperança 
  • Pelourinho do Ladário 
  • Capela do Ladário 
  • Igreja Matriz 
  • Forca 
  • Gruta do Pai Mouro 
  • Lage de S. Domingos 
  • Casa de Torneiros dos Veigas 
  • Moinho da Quinta do Carvalho 
  • Moinho da Quinta da Fervença 


Património paisagístico

  • Vistas da Lage de S. Domingos 
  • Serra Florestal do Seixo


Feiras

  • Feira anual no 2º domingo de agosto 
  • Feira quinzenal às segundas-feiras 


Festas e romarias

  • Festa em honra de Nossa Sra. de Fátima a 13 de maio 
  • Festa em honra de Nossa. Sra. da Esperança a 8 de setembro (dura 9 dias) 
  • Festa em honra de Nossa Sra. da Conceição a 8 de dezembro 
  • Festa em honra de Nossa  Sra. da Cabeça a 15 de agosto 
  • Festa em honra de S. Barnabé a 11 de junho 
  • Festa em honra de S. Silvestre a 1 de janeiro 
  • Festa em honra de S. Paulo a 25 de janeiro 
  • Festa em honra de Nossa Sra. da Saúde no 2º domingo de outubro 
  • Festa em honra de S. Sebastião a 20 de janeiro 
  • Festa em honra de S. Domingos no 1º domingo de agosto 
  • Festa em honra de S. Miguel a 29 de setembro 
  • Festa em honra de Sto. António a 13 de junho 
  • Festa em honra da Sra. das Dores no último domingo de junho 


Gastronomia

  • Sopas de cavalo cansado (sopas de vinho) 
  • Feijão encarnado com couves e carne de porco 
  • Biscoitos 
  • Pão Leve 
  • Pão de ovos 
  • Doce de abóbora 


Locais de lazer

  • Parque de merendas em Travassinho 
  • Largo da Feira – Ladário 
  • Largo da Sra. da Esperança


Espaços lúdicos

  • Centro cultural do Ladário 


Artesanato

  • Cestaria em vime no Travassinho 
  • Tecelagem e fabrico de mantas de farrapos 
  • Objetos decorativos e brinquedos de sabugueiro


Lendas

  • Lenda dos sinos de Nossa Sra. da Esperança 


Coletividades

  • Grupo Desportivo de São Miguel de Vila Boa 
  • Grupo Desportivo “Trá-Trá” 
  • Grupo “A Semente” 
  • Grupo Coral 
  • Agrupamento de Escuteiros 
  • Rancho Folclórico de S. Miguel de Vila Boa 
  • Grupo Desportivo de Caça e Pesca 
  • Associação ACSORD 
  • Clube Virtual TT 


Orago

  • São Miguel Arcanjo