Foral dado ao Concelho da Silvã
Dom Manuel, por Graça de Deus, rei de Portugal.
Posto que no dito lugar não houvesse até agora memoria de foral nem doutra escritura por força da qual aí se tivessem de pagar direitos reais, achamos, porém, que pelas inquisições que no presente mandámos fazer, que no dito lugar se pagam e se devem pagar à Ordem as coisas seguintes: Na dita terra são treze os casais foreiros à Ordem.
E paga cada um de foros senhos capões e senhos gorazis qualquer que matar porco ou porca, os quais serão segundo o uso geral da terra. E pagam de qualquer pão que na dita terra colheram, o quinto dele. E por eiradega, pagará cada um dos ditos treze casais, por ano, dois alqueires de centeio e milho, por esta medida agora corrente pelos seis pequenos que pagavam. E mais um terço de alqueire da dita medida de trigo, os quais pagarão na eira, e os capões e ovos que pagam, pelo Natal.
E pagarão os sobreditos que lavrarem a terra da ordem, de vinho que colherem, de três um, sem mais outra coisa, e de linho no tendal, de quatro um.
E pagam mais ao comendador todos os moradores do concelho, tanto caseiros como dizimeiros, um direito a que chamam “avaca”, em cada ano cento e quarenta reis, no dia de Natal, os quais serão repartidos pelos ditos moradores, segundo é costume fazer-se.
E paga-se mais a dita Ordem, por uma quinta que está no seu limite a que chamam Taboadela, em cada ano, no dia de Natal, cento e oitenta reis.
E tem mais a dita Ordem no concelho do Ladário, uma quintã ou casal, de que se pagam duzentos reis pelo Natal. E mais paga de trigo um alqueire por esta medida corrente, e uma galinha e seis ovos.
E paga-se mais à dita Ordem, no concelho de Çaatam, por uma vinha que traz agora Lopo Àlvares, dezasseis almudes de vinho.
E paga-se mais, em Rio de Moinhos, uma alqueire de trigo de agora, e um capão e dez ovos.
E paga-se mais à dita Ordem, de um moinho do rio (de) Coja, quatro alqueires de centeio, por esta medida. E tem a Ordem, no mesmo lugar, outro moinho de que pagam um alqueire de trigo de agora, e um capão sem ovos. E de uma horta, no mesmo lufar, uma galinha, que traz Alvareanes (Àlvaro Eanes).