O Museu Municipal de Gulfar ocupa o espaço da ancestral Câmara, Tribunal e Escola Primária.
O seu acervo é constituído por painéis acrílicos com informação histórica, monumental e arqueológica sobre a identidade e vestígios do antigo Concelho de Gulfar.
Morada: Douro-Calvo, Largo do Pelourinho 3560-112 Freguesia de Romãs
Contactos: Telf: 232980000 (chamada para a rede fixa nacional) / 932980005 (chamada para a rede móvel nacional) Fax: 232982093 Email: geral@cm-satao.pt
Funcionamento: Mediante marcação Entrada gratuita
Atividades: Exposições temporárias Atividades lúdico-pedagógicas
Tutela: Câmara Municipal de Sátão
Coordenadas: 40º45’30.17”N.7º38’48.24”O
ANTIGO CONCELHO DE GULFAR
Extenso e montanhoso, estendia-se desde o Vouga, ao norte, até à linha da Serra da Vacaria e Gralheira de Vila Longa, a sul e sudeste. Ocupava o território das atuais freguesias de Romãs, Decermilo, Vila Longa, Silvã de Baixo e também Silvã de Cima até ao século XVI.
No centro, a dominar, altaneiro, todo esse território e o Vale do Coja, a sul, levantava-se e levanta-se o Alto da Paradaia, sobranceiro ao pitoresco Santuário da Sra. do Barrocal. Gulfar teve o segundo Foral, dado por D. Diniz, em 6 de Junho de 1315. O Rei Lavrador e Poeta, o último a fixar as fronteiras de Portugal, muitas vezes por aqui terá passado, dessa sua cidade universitária de Coimbra, a caminho da zona fronteiriça com o Reino de Leão, na Ribacoa, onde lutou, insistiu e diplomaciou até que, pelo Tratado de Alcanizes, conseguiu que definitivamente ficasse Portuguesa toda a região para lá do Rio Côa até à atual fronteira portuguesa de Vilar Formoso e o concelho de Sabugal.
E, depois disso, por aqui terá passado a visitar os castelos da nova fronteira, quase todos do seu reinado.
Foi D. Diniz, monarca culto e, ao mesmo tempo, amigo da agricultura, que deu o II Foral ao concelho de Gulfar, onde havia então uma única freguesia – a extensa Paróquia de Santa Maria de Gulfar, com a sede à sombra do Alto da Paradaia, sua sentinela, mais ou menos onde está agora o povo de Romãs ou então, na Sra. do Barrocal, mesmo aos pés da Paradaia.
Mas viria o desmembramento. A extensão, muito grande, a aspereza alpina do terreno e as consequentes dificuldades de acesso isso mesmo iam insinuando.
Por isso, no século XVI, como aliás aconteceu no Sátão e Ferreira de Aves, da grande Paróquia de Santa Maria de Gulfar se formaram a das Romãs, que ficava com as honras de Matriz, e as subalternas de Decermilo, Vila Longa, Silvã de Baixo e Silvã de Cima, esta elevada, nessa mesma altura, a concelho, e todas com a categoria de Curatos ou Anexas, com a obrigação de, em certos dias mais solenes, virem à Matriz.
Como todos os concelhos, tinha de possuir um Castelo e um Pelourinho, expressão de autonomia: o Castelo situava-se lá para os lados da Sra. do Barrocal, cuja construção, dizem, se fez com a pedra do Castelo e, o Pelourinho situa-se no lugar de Douro-Calvo (de Oeiro-Calvo), povoação mais populosa e acessível, onde passariam a sediar o Juiz e demais funcionários do concelho.
Assim como Santa Maria do Sátão, com o desmembramento, ficou-se a chamar, até há pouco, Vila da Igreja, a sucedânea de Santa Maria de Gulfar passou, desde então, a chamar-se Romãs.